terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Da Serie: Coisas que valem a pena ler

Morte

 Pedro Bial

Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os colegas do Casseta & Planeta deram seus depoimentos,
parecia que a qualquer instante iria estourar uma piada,estava tudo sério demais, faltava a esculhambação, a zombaria, a desestruturação da cena,
mas nada acontecia ali de risível, era só dor e a perplexidade, que é mesmo o que causa em todos os que ficam.
A verdade é que não havia nada a acrescentar no roteiro:
a morte por si só, é uma piada pronta.
A morte é ridículo.
Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário.
Tem planos para semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório...
Colocar gasolina no carro e no meio da tarde...
MORRE.
Como assim?
E os e-mails que você ainda não abriu?
O livro que ficou pela metade?
O telefonema que você prometeu dar a tardinha para um cliente?
Não sei de onde tiraram esta idéia:
MORRER...
A troco de que?
Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviram para nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente.
Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego. Mas não desistiu.
Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de duvidas quanto à profissão escolhida...
Mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente...
De uma hora pra outro, tudo isso termina...
Numa colisão na freeway...
Numa artéria entupida...
Num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis...
Qual é?
Morrer é um chiste.
Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida.
Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas...
Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas...
A apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.
Logo você que dizia: das minhas coisas cuido eu.
Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer.
Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e morre num sábado de manha.
Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito...
Isso é para ser levado a sério?
Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem vindo...
Já não há muito mesmo a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas.
ok, hora de descansar em paz.
Mas antes de viver tudo?
Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas.
Morrer é um exagero.
E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas.
Só que esta não tem graça.
Por isso viva tudo que há para viver.
Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da vida...
Perdoe...
Sempre!!

Da Serie: Nós Indicamos...

Dvd do Espetaculo: Noticia Populares


Notícias Populares é o título do primeiro DVD que a companhia de comédia Os Melhores do Mundo lança pela Warner. Mais que isso, este trabalho celebra também a primeira vez que um grupo de teatro é contratado por uma gravadora. Notícias Populares apresenta uma visão bem-humorada e crítica desta entidade que faz parte de nosso cotidiano e direciona nossas opiniões: a notícia. O espetáculo soma ao todo oito cenas, entre elas "Assalto (Erros de Português)", um assaltante que não tolera erros gramaticais, "10 de Setembro", que especula sobre o dia anterior aos ataques de Bin Laden, e, como não poderia faltar, o famoso Joseph Klimber.


Melhores do Mundo para sempre referencia

Da Serie: Deus guiando a gente no...

Helena. Eternamente em Casa.

Em Maio de 2010 nos presenteamos com duas apresentações dos mentirosos na nossa casa. Em Beirú/ Tancredo Neves onde tudo começou e na quadra do Helena que é a escola onde esse sonho de ser Mentiroso, nasceu e evoluiu. Não faltaram palavras de carinhos e motivações. E um publico maravilhoso. E com a mesma garra que apresentamos no imenso palco da cidade do saber, apresentávamos ali na quadra escura e barulheta do Helena.









Inesquecível e divisor de muitas idéias. Pra sempre lembraremos.....

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Da Serie: Coisas que valem a pena ler

Precisão
Clarice Lispector

O que me tranquiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.



Da Serie: Deus Guiando a Gente no...

I Festival de Teatro Amador de Salvador

A primeira edição do Festival de Teatro Amador de Salvador ocorreu em Setembro de 2010. Foram sete dias de apresentações que encheram o Centro Cultural Ensaio. A Sala Paulo Autran ficou pequena para o talento e a desenvoltura de jovens e promissores artistas (amadores?) de Salvador. Quatorze grupos concorreram as 04 categorias da premiação. Foram apresentações de alto teor estético e artístico, onde esses artistas puderam mostrar ao público presente sua forma de fazer teatro. Uma NOVA forma de fazer o Teatro Baiano. E lá estavamos a gente nervorsos, diante de uma plateia ansiosa pra saber o que os Mentirosos tinham.











Pra nossa surpresa concorremos a todas as categorias - Melhor Grupo, Grupo Revelação, Melhor intérprete com duas indicações (Edu Oliveira e Gabriel Gonçalves) e levamos Na sacola o premio principal de Melhor Espetáculo.



Coisas assim fica pra historia. Abraço a toda equipe do Centro Cultural Ensaio e até mais...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Da Serie: Indicamos

Em qualquer tempo ou Lugar, o espetaculo: O Indignado!




Para Fernando Guerreiro, o sucesso da peça deve-se ao fato do texto possuir uma vertente jornalística e retratar situações reais que acontecem no mundo - principalmente na Bahia - com as quais o público se identifica bastante. Além da identificação público/espetáculo, Frank Menezes destaca o humor ácido como um dos ingredientes responsáveis pela ótima aceitação da peça pelo público. “É um desafio enorme falar sobre um assunto que tenha repercutido na mídia negativamente de forma engraçada. As pessoas dão muita risada, mas compartilham com as críticas feitas pelo personagem e fazem comentários, tanto durante quanto depois da peça”, acrescenta Frank.
A “comédia em pé” (como foi traduzido o gênero de comédia em que o próprio ator desenvolve sua performance sem o necessário aporte de uma personagem) mexe no vespeiro em que dominam a cara-de-pau, a desfaçatez, a falta de vergonha e a falta de educação generalizada de algumas rodas sociais, políticas e econômicas, e trata de assuntos emergentes na sociedade.
A partir de proposta do próprio Frank, o texto de base da peça foi construído pelo experiente dramaturgo Cláudio Simões em colaboração do estreante Djaman Barbosa, um blogueiro antenado com os temas da atualidade. E este perfil dos autores é mais que perfeito para a idéia de privilegiar uma dinâmica dramatúrgica mutante, em que os temas abordados em cena são atualizados freqüentemente, a partir de fontes midiáticas que estão sempre abastecendo a indignação individual e coletiva.
Não faltam motivos para a indignação. Entre os temas abordados figuram as contradições da política nacional e internacional; a velocidade do mundo moderno e a ansiedade de acompanhar os avanços tecnológicos; a falta de consciência ecológica; a insegurança nas cidades grandes, em que as pessoas, cada vez mais, se prendem e se escondem com medo da violência; a falta de educação, não somente no que diz respeito às escolas no país, mas também à falta de cordialidade nas relações sociais; a busca obsessiva pela juventude e a valorização exacerbada da aparência; o culto às celebridades instantâneas e a busca desenfreada pela fama; além dos modelos de relacionamento, paquera e sexo na vida de hoje.